"Marina, a palavra suástica deriva do sânscrito svastika, e é um amuleto de sorte no hinduísmo. A marca da suástica é usada há mais de um milênio e meio no Oriente (não apenas na religião Hindu) e até ser relacionada com o Nazismo não chamou muita atenção do mundo ocidental".
Choque. Quanto mais tempo você fica nesse canto do mundo, mais você entende que não sabe nada sobre nada e que a história do mundo ocidental ainda está engatinhando ...
"Como é que é? Além dele ter feito o que ele fez, ele ainda pegou um símbolo sagrado no Oriente e o relacionou ao Nazismo?"
"Sim".
A suástica que era usada pelo Hitler tinha os braços apontando para o sentido horário, ou seja, indo para a direita. A suástica usada pelos Hindus está em outra posição:
A tradução literal da palavra em sânscrito é: "bom, bem" (su) + "ser" (asti) + "forma diminuta" (ca) = "pequenas coisas associadas ao bem-ser", ou, no bom e velho português, a arte de viver bem, de forma simples".
A expressão apareceu a primeira vez na literatura hindu nos clássicos épicos em sânscrito de Ramayana e Mahabharata. Falando nisso, as histórias desses épicos são incríveis e deliciosas ... e tem muita literatura sobre o assunto na Índia ... Irresistível.
Depois da explicação do guia, começamos a reparar que a suástica é usada em todo lugar por aqui: nos templos, nos túmulos, nos altares, nas pinturas, gravuras e ... claro, nas tatuagens dos mais jovens.
Aprendi também que os hindus acreditam que a marca é muito "auspiciosa" e carrega um significado ainda maior do que "a arte de viver simplesmente, e bem". Para eles, há muitos significados por trás do símbolo. Descrevo abaixo uma das explicações de que mais gostei:
"Cada um dos braços do símbolo (são 4) representam uma etapa da vida de cada ser humano. A primeira etapa, é a etapa de crescimento, educação, entendimento do mundo e das pessoas. A segunda etapa é a etapa de constituição de família e manutenção de laços com pessoas queridas. A terceira etapa é aquela de passar aos filhos e aos mais jovens os ensinamentos da vida. E a quarta e última etapa, é a etapa do desprendimento total. Desapego dos valores materiais e crescimento dos valores espirituais".
E pensar que um alemão confuso e perdido conseguiu vincular "isso" à "aquilo".
A versão original é sempre a melhor. A regra aqui não tem exceção.
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