sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Grameen Bank at a Glance

Dados bacanas e atualizados do Grameen Bank, extraídos diretamente da sala do Professor Yunus:

Em 30 de junho de 2010, o banco já tinha emprestado, desde a sua criação, mais de 9 bilhões de dólares, para mais de 8 milhões de membros, dos quais 97% são mulheres. Hoje o Grameen Bank tem 2.564 branchs espalhadas por Bangladesh, sendo que a maioria delas foi aberta no período entre 2005 a 2009. O banco atende mais de 81.362 vilarejos (como aquele em que eu fiquei hospedada, na Divisão de Rajshahi) e tem mais de 22 mil empregados.

Dos 9 bilhões de dólares emprestados aos membros do Grameen, aproximadamente 8.4 bilhões já foram pagos pelos devedores. A grande maioria em dia, alguns poucos com atrasos ou renegociados, mas foram pagos. A taxa de recuperação total do banco é de 97.2 por cento, contando, inclusive, com os anos de 2008 e 2009 que foram anos difíceis para a indústria de bancos tradicionais.

Os empréstimos que o Grameen concede a seus clientes são 100% financiados pelos depósitos de seus membros (clientes devedores e clientes que apenas investem nas aplicações financeiras do banco). O ratio entre depósitos e empréstimos do banco é de 148%. Desde 1995, o Grameen Bank não recebe doações de terceiros: essa foi uma decisão do próprio Professor Yunus, para provar ao mundo que o seu modelo era auto sustentável.

Desde o dia em que o banco começou a operar, deu lucro todos os anos, exceto em 1983, 1991 e 1992. A receita total gerada pelo Grameen em 2009 foi de 209 milhões de dólares. As despesas totalizaram 204 milhões, sendo que os principais custos foram relacionados com juros pagos aos titulares de certificados de depósito do banco (entre 8 e 12% ao ano, dependendo da aplicação do cliente). Despesas com salários e pessoal somaram 55 milhões de dólares. O lucro líquido total do Grameen Bank em 2009 foi de 5 milhões de dólares.

Em 2009, o banco declarou dividendos a seus acionistas, sendo este o maior valor dentre todos os mais de 400 bancos de Bangladesh. Detalhe: os acionistas do Grameen são os seus próprios clientes, que são titulares de mais de 96% do capital social do banco.

Hoje foi a primeira vez em toda a viagem que me senti fazendo um prospecto ... Valeu a pena!

Para finalizar o post do dia, não consigo evitar. Segue mais uma citação do Professor Yunus (eu sei que estou começando a abusar dessa fórmula, mas não dá para evitar quando você respira muito tempo do lado de um Prêmio Nobel da Paz). Dá vontade de ler e repetir tudo o que esse homem diz:

... ”the more time you spend among poor people, the more you become convinced that poverty is not created by poor people. It is created by the system we have built, the institutions we have designed, the concepts we have formulated. Poverty is an artificial, external imposition on a person. And since it is external, it can be removed” …

… “during the financial crisis (ele está falando de 2008 e 2009), the falsity of the old assumption became even more visible. While big conventional banks with all their collateral were collapsing, microcredit programmes, which do not depend on collateral, continued to be as strong as ever. Will this demonstration make the mainstream financial institutions change their mind? Will they finally open their doors to the poor? …

Não sei como a indústria do microcrédito se comportou em 2008 e 2009 no Brasil ou em outros países ... aqui no Grameen parece que foi realmente apenas uma “marola”, como diria nosso futuro ex presidente ...´

Entrada da sede do Grameen
Mais uma foto da entrada
A galeria do Prêmio Nobel da Paz

Eu, Professor Yunus, Professor Latifee, Jannat, Tamim.


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