segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O despejo

Mais sobre o despejo ... segundo meus amigos bengali ...

A ex-primeira ministra (antes de ser política) era casada com o então primeiro ministro de Bangladesh, há muitos anos atrás, o general Ziaur Rahman. Ziaur foi assassinado em 1981 em uma tentativa de golpe de estado.

Depois do assassinato de Ziaur, Khaleda, então com dois filhos pequenos para criar, recebeu autorização do exército para morar na casa em que ela morava com seu marido, desde a época em que ele era o chefe do exército de Bangla. O marido virou o primeiro ministro depois de ser chefe do exército, mas continuou morando na casa em que ele e a família moravam na época: eles não quiserem ir morar na residência presidencial. Depois do assassinato do marido, o governo também se comprometeu a pagar os estudos dos filhos da viúva. E assim fez.

Os anos passaram, Khaleda passou a ser líder do PNB e candidatou-se à presidência em 1991: ganhou. Foram as primeiras eleições livres do país depois de muitos anos de política militar. Ela foi reeleita duas ou três vezes. Ficou no poder por muitos anos. Sempre morando na mesma casa em que morava com o marido assassinado, desde a época do exército.

Quando o partido da oposição voltou ao poder, o novo primeiro ministro também foi assassinado (choquei também). E não é que havia uma outra forte mulher atrás daquele homem, que também assumiu o comando do partido e se candidatou à presidência? E também venceu?

Sim, é verdade. A atual e a última ex-primeira ministra de Bangladesh são viúvas de presidentes assassinados. Quão perigoso é ser homem e primeiro ministro nesse país? Me parece que é mais arriscado do que andar de rickshaw. Nos últimos anos, mais de 50% deles foram mortos.

Enfim, certo ou não certo, legal ou não legal, usucapião ou não, Khaleda estava vivendo na casa de que foi despejada há muitos anos.

Ah Bangladesh .... tanta coisa importante para se preocupar ... e digo isso sem nenhum posicionamento político. Não tenho qualquer base ou conhecimento para opinar.

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